Nos primórdios, a família por muito tempo foi à primeira
instituição ou muitas vezes a única a instruir, ensinar e auxiliar no
desenvolvimento biopsicossocial de seus filhos.
O acompanhamento pessoal dos pais no início da vida de
uma criança pode ser muito prazeroso se a família mantiver um vínculo de afeto
e proteção a seu filho. É na família que tudo tem início, as primeiras “lições
de vida”, sejam boas ou más. Pais que
participam da vida de seus filhos desde a concepção, já estão construindo a
personalidade deste filho.
Quando os pais são
negligentes na participação da vida de seus filhos, podem deixar sequelas no
desenvolvimento emocional da criança, que
tendem a ser irreversíveis.
Em tempos hodiernos,
os pais em busca de aumentar a renda familiar, ausentam-se ambos, chegando a privar seus filhos parcialmente ou
em grau variável da atenção adequada e necessária.
Segundo
Dinah Campos (2003-p. 94), perturbações no ambiente onde o indivíduo se
encontra em especial na família, podem determinar angústias transformando
posteriormente em forma de necessidades neuróticas.
Nos casos de maus-tratos onde a
criança é colocada em perigo, acontecem efeitos devastadores no comportamento. Os
abusos físico, sexual ou de negligência tem ainda um alto índice, provocado
muitas vezes por pais que podem ter sofrido os mesmos atos. Caso não haja tratamento psicológico, este ciclo intrafamiliar tende a perpetuar.
A Escola por sua vez, é a instituição
detectora das falhas no desenvolvimento infantil, contudo, quando tais falhas
passam despercebidas ou tornam-se motivos para a exclusão infantil, as questões
que geram tais rupturas na vida da criança tendem a multiplicar-se, levando-a a auto-rejeição.
Muitas crianças encontram-se
no âmbito educacional, desmotivadas, desatentas e confusas em virtude de problemas
familiares. A junção destas problemáticas na maioria das vezes induz a
estigmatizar-se a criança com determinados transtornos psíquicos como, por
exemplo, autismo ou hiperatividade sem que tenha havido algum acompanhamento
psicológico para tal diagnóstico.
De um lado pais focados em
sustentar, investir e descansar no meio crianças com múltiplas dificuldades:
emocional, educacional e comportamental , do outro, professores desmotivados pelo
sistema educacional, dificuldades
financeiras e familiares e a pergunta: O que fazer?
Pressuponho que a possibilidade de uma ação coletivamente
construída por todas as partes envolvidas no processo de desenvolvimento da
criança, onde cada um assuma seu
respectivo papel, compartilhando ações e respeitando as particularidades dos sujeitos
envolvidos, exista a possibilidade de planejar, decidir e agir a favor do
desenvolvimento biopsicossocial infantil.
Pois acreditamos que apontar
e falar sobre os problemas e soluções educacionais não deveria ser uma
atitude permeada por um sentimento de
falta de responsabilidade social, seria reduzir demais uma questão tão complexa
e séria. Apontar que temos um sério problema educacional hoje em nossa realidade,
com uma deficiência de aprendizagem enorme de crianças e adolescentes, soa como
algo obvio, no entanto, muitas vezes não nos percebemos como cúmplices. Mas o
importante neste caso é assumir a responsabilidade e se perguntar o que eu
podemos fazer para melhorar este quadro? Qual seria nossa responsabilidade?
Qual o nosso papel?
Encontrar um método para
participar de processos que estimulem a aprendizagem para o desenvolvimento
infantil é algo muito importante,
muitos podem ser o significado da palavra participar. É preciso que conheçamos as razões pelas quais as famílias não têm correspondido ao que os educadores esperam quanto a sua participação na escola. Assim como perceber as razões que permeiam os educadores ao desestimulo. Para tal, precisa-se retirar a postura de juízes que condenam antes de conhecer as razões e introjetarmos métodos investigativos que buscam as causas para o desconhecido.
muitos podem ser o significado da palavra participar. É preciso que conheçamos as razões pelas quais as famílias não têm correspondido ao que os educadores esperam quanto a sua participação na escola. Assim como perceber as razões que permeiam os educadores ao desestimulo. Para tal, precisa-se retirar a postura de juízes que condenam antes de conhecer as razões e introjetarmos métodos investigativos que buscam as causas para o desconhecido.
Subentende-se neste caso, a
importância do Psicólogo Escolar-Educacional ou Psicólogo Consultor como mediador
das instituições, permitindo ampliar a possibilidade do desenvolvimento
biopsicossocial infantil saudável!
Marly Paixão, Psicóloga
Clínica e Consultora, CRP 20/04354.
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