segunda-feira, 28 de maio de 2012

Desenvolvimento biopsicossocial infantil: A Psicologia auxiliando Família & Escola.




Nos primórdios, a família por muito tempo foi à primeira instituição ou muitas vezes a única a instruir, ensinar e auxiliar no desenvolvimento biopsicossocial de seus filhos.
O acompanhamento pessoal dos pais no início da vida de uma criança pode ser muito prazeroso se a família mantiver um vínculo de afeto e proteção a seu filho. É na família que tudo tem início, as primeiras “lições de vida”, sejam boas ou más.  Pais que participam da vida de seus filhos desde a concepção, já estão construindo a personalidade deste filho.
Quando os pais são negligentes na participação da vida de seus filhos, podem deixar sequelas no desenvolvimento emocional da criança,  que tendem a ser  irreversíveis.
Em tempos hodiernos, os pais em busca de aumentar a renda familiar, ausentam-se ambos,  chegando a privar seus filhos parcialmente ou em grau variável da atenção adequada e necessária.
            Segundo Dinah Campos (2003-p. 94), perturbações no ambiente onde o indivíduo se encontra em especial na família, podem determinar angústias transformando posteriormente em forma de necessidades neuróticas.
            Nos casos de maus-tratos onde a criança é colocada em perigo, acontecem efeitos devastadores no comportamento. Os abusos físico, sexual ou de negligência tem ainda um alto índice, provocado muitas vezes por pais que podem ter sofrido os mesmos atos.  Caso não haja tratamento psicológico,  este ciclo intrafamiliar tende a perpetuar.
            A Escola por sua vez, é a instituição detectora das falhas no desenvolvimento infantil, contudo, quando tais falhas passam despercebidas ou tornam-se motivos para a exclusão infantil, as questões que geram tais rupturas na vida da criança tendem a multiplicar-se, levando-a  a auto-rejeição.
Muitas crianças encontram-se no âmbito educacional, desmotivadas, desatentas e confusas em virtude de problemas familiares. A junção destas problemáticas na maioria das vezes induz a estigmatizar-se a criança com determinados transtornos psíquicos como, por exemplo, autismo ou hiperatividade sem que tenha havido algum acompanhamento psicológico para tal diagnóstico.   
De um lado pais focados em sustentar, investir e descansar no meio crianças com múltiplas dificuldades: emocional, educacional e comportamental , do outro, professores desmotivados pelo sistema educacional,  dificuldades financeiras e familiares e a pergunta: O que fazer?
Pressuponho que  a possibilidade de uma ação coletivamente construída por todas as partes envolvidas no processo de desenvolvimento da criança, onde  cada um assuma seu respectivo papel,  compartilhando ações  e respeitando as particularidades dos sujeitos envolvidos, exista a possibilidade de planejar, decidir e agir a favor do desenvolvimento biopsicossocial infantil.
Pois acreditamos que apontar e falar sobre os problemas e soluções educacionais não deveria ser uma atitude  permeada por um sentimento de falta de responsabilidade social, seria reduzir demais uma questão tão complexa e séria. Apontar que temos um sério problema educacional hoje em nossa realidade, com uma deficiência de aprendizagem enorme de crianças e adolescentes, soa como algo obvio, no entanto, muitas vezes não nos percebemos como cúmplices. Mas o importante neste caso é assumir a responsabilidade e se perguntar o que eu podemos fazer para melhorar este quadro? Qual seria nossa responsabilidade? Qual o nosso papel?
Encontrar um método para participar de processos que estimulem a aprendizagem para o desenvolvimento infantil é algo muito importante,
muitos podem ser o significado da palavra participar. É preciso que conheçamos as razões pelas quais as famílias não têm correspondido ao que os  educadores esperam quanto a sua participação na escola. Assim como perceber as razões que permeiam os educadores ao desestimulo. Para tal, precisa-se retirar a postura de juízes que condenam antes de conhecer as razões e introjetarmos métodos investigativos que buscam as causas para o desconhecido.
Subentende-se neste caso, a importância do Psicólogo Escolar-Educacional ou Psicólogo Consultor como mediador das instituições, permitindo ampliar a possibilidade do desenvolvimento biopsicossocial infantil saudável!
Marly Paixão, Psicóloga Clínica e Consultora, CRP 20/04354.


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